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Lesão do Manguito Rotador: causas, diagnóstico e tratamentos atualizados.

Lesão do Manguito Rotador: causas, diagnóstico e tratamentos atualizados.

A lesão do manguito rotador é uma das afecções mais prevalentes do ombro, com impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes e alta frequência em atendimentos ambulatoriais ortopédicos. Afeta tanto indivíduos ativos quanto idosos, sendo comum entre trabalhadores braçais, atletas e pessoas que realizam movimentos repetitivos com os braços elevados.

 

O que é o manguito rotador?

 

O manguito rotador é um complexo de quatro músculos e seus respectivos tendões — supraespinal, infraespinal, subescapular e redondo menor — que têm a função de estabilizar dinamicamente a articulação glenoumeral e possibilitar movimentos precisos do ombro, como elevação, abdução e rotação. Por estar sujeito a forças constantes, essa estrutura é altamente suscetível a lesões tanto por sobrecarga como por degeneração tendínea progressiva.

 

Fatores de risco e causas

 

As lesões do manguito podem ser classificadas em agudas (traumáticas) e crônicas (degenerativas). Entre os principais fatores de risco estão:

 

  • Atividades com esforço repetitivo acima do nível do ombro (ex: pintores, professores, atletas de arremesso);
  • Envelhecimento natural do tecido tendíneo;
  • Impacto subacromial e alterações anatômicas da acromion;
  • Desequilíbrios musculares e má postura;
  • Doenças sistêmicas como diabetes, que afetam a vascularização tendínea.

As lesões podem ser parciais (afetando parte da espessura do tendão) ou completas (com ruptura total), com diferentes graus de retração e degeneração muscular, classificadas por critérios como Patte e Goutallier.

 

Diagnóstico clínico e por imagem

 

A suspeita clínica é estabelecida com base em anamnese detalhada e exame físico, utilizando testes específicos como:

 

  • Teste de Jobe (supraespinal);
  • Teste de Patte (infraespinal);
  • Lift-off e Belly-press (subescapular)

A confirmação diagnóstica é feita com exames de imagem:

 

  • Ultrassonografia: acessível e útil para triagem;
  • Ressonância Magnética (RM): padrão-ouro, permite avaliar extensão da lesão, retração tendínea, edema ósseo, infiltração gordurosa e envolvimento muscular.

 

Quando indicar o tratamento conservador?

 

Em pacientes com lesões parciais, de baixo grau ou com baixa demanda funcional, o tratamento não cirúrgico pode ser eficaz. Ele envolve:

 

  • Protocolos de fisioterapia com foco em fortalecimento do manguito e estabilizadores escapulares;
  • Reeducação postural e adaptação ergonômica;
  • Analgesia, anti-inflamatórios e infiltrações guiadas, se necessário.

A adesão ao tratamento e a ausência de sinais de progressão são fundamentais para o sucesso da abordagem conservadora.

 

Tratamento cirúrgico: quando é indicado?

 

A cirurgia é indicada nas seguintes situações:

 

  • Lesões completas com retração;
  • Pacientes jovens e ativos;
  • Falha do tratamento conservador após 3 a 6 meses;
  • Comprometimento funcional acentuado.

A abordagem mais utilizada é a artroscopia do ombro, que permite a reinserção tendínea com menor agressão tecidual, associada ou não a técnicas auxiliares (ténodeses, acromioplastia, reconstruções parciais). A decisão cirúrgica leva em conta também o tempo de lesão, grau de degeneração muscular e expectativas do paciente.

 

Com tratamento adequado e abordagem individualizada, a maioria dos pacientes pode alcançar bons níveis de função e qualidade de vida.

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