Anestesia

Anestesia na cirurgia de ombro e cotovelo.

Na anestesia para cirurgia de ombro, especificamente, obtem-se melhores resultados em relação à segurança e ao conforto do paciente, a associação do bloqueio do plexo braquial com a anestesia geral. A manipulação cirúrgica sendo próxima da face do paciente requer, por segurança, o controle das vias aéreas especialmente na posição sentado.
O bloqueio do plexo braquial visa não somente o procedimento cirúrgico propriamente dito mas também a analgesia pós operatória, visto que a duração do efeito anestésico poderá se estender de 10 a 18hs após a cirurgia.
Podemos ainda citar como vantagens:

  • Baixa incidência de complicações e efeitos colaterais
  • Possibilidade de alta precoce
  • Boa aceitação pelo paciente
  • Menor consumo de anestésicos inalatórios quando associado à anestesia geral
  • Analgesia pós-operatória de excelente qualidade, podendo ser prolongada por infusão anestésica, através do uso de catéteres perineurais
  • Ausência de bloqueio simpático com repercussão clínica

A utilização dos bloqueios de nervos periféricos e de plexos nervosos exige do anestesiologista muito mais que a simples habilidade de execução destas técnicas. Demandam a plena capacitação no que se refere aos diversos aspectos que envolvem como o domínio da farmacologia das drogas utilizadas, sejam anestésicos locais ou drogas adjuvantes, e das repercussões fisiológicas que possam advir.
A utilização de meios de detecção dos nervos, como ELETROESTIMULADORES e ULTRA-SOM, jamais deve prescindir de conhecimentos de anatomia não só das estruturas nervosas mas também das adjacentes a estas, que incluem as do trajeto que imprimiremos às agulhas. É importante lembrar a proximidade dos grandes nervos e plexos com vasos sanguineos calibrosos e outras estruturas nobres.
São aspectos de grande relevância a adequada sedação e analgesia prévias ao bloqueio proporcionando adequado conforto e relaxamento do paciente. A sedação devera ser inicialmente leve permitindo a possibilidade de contato verbal com o paciente porque auxilia na detecção de sinais precoces de intoxicação pelo anestésico local e na referencia de dor, devido ao toque do nervo ou injeções intraneurais.

Meios de localização dos nervos.

O sucesso da anestesia regional depende da injeção do anestésico local na dose correta em proximidade com o nervo, sem ocasionar danos ao mesmo ou às estruturas adjacentes. Alcançar este objetivo utilizando-se apenas de referencias anatômicas, sensações táteis, busca de parestesias e outros artifícios técnicos, propicia maior possibilidade de complicações. Com o advento dos estimuladores de nervos periféricos evita-se a provocação de parestesias para localizar a agulha em proximidade com os nervos, porém não se eliminou completamente o risco de dano neuronal.
O ultra-som pode ser empregado não só para localizar vasos sanguineos próximos à área de punção mas também para assegurar um correto posicionamento da agulha e monitorar a distribuição do anestésico local em tempo real. Seu uso pode ajudar a diminuir a incidência de dano neuronal e de injeção intravascular inadvertida.

FLAVIO WERNER FERREIRA, MD
Anestesiologia – SAL –